A Medicina Veterinária se deu origem quando o homem
primitivo começou a domesticar o primeiro animal. Os mais antigos registros de
nossa atividade profissional datam do Século XVIII A.C., com informações
gravadas no Papyrus Veterinarius de Kahun, com várias
referências sobre a "medicina animal". Mas a Medicina Veterinária
moderna teve a sua origem em 1762 quando Claude Bourgelat criou, em
Lyon, na França, a primeira Escola de Veterinária, criando também a segunda em
Maison Alfort, nos arredores de Paris, em 1765. Essas duas escolas se
constituíram em verdadeiros polos irradiadores para as demais nações do mundo.
Até o final do Século XVIII, surgiram 20 estabelecimentos de ensino veterinário
na Europa.
Já no Brasil, a idéia de criação de
estabelecimentos dedicados ao estudo da Medicina Veterinária foi despertada
quando o Imperador Dom Pedro II visitou a Escola Veterinária de Alfort em
1875, só se concretizando, entretanto sob a égide da República, com o Decreto
8.319 de 20 de outubro de 1910, assinado pelo Presidente Nilo Peçanha. O
documento tornava obrigatório o ensino da Medicina Veterinária. No mesmo ano
foram criadas a Escola de Veterinária do Exército (aberta em 17/07/1914) e a
Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (04/07/1913), ambas no
Rio de Janeiro.
O ensino foi dirigido, inicialmente, de maneira diferente
nas duas escolas. A civil foi orientada à produção animal, principalmente dos
bovinos. Os animais importados eram atacados pelos carrapatos transmissores da anaplasmose e babesiose,
exigindo um exaustivo trabalho de premunição. Mais tarde, houve uma grande
orientação para a clínica de pequenos animais e a saúde pública veterinária,
com a campanha contra o mormo, doença que atacava os cavalos e os soldados. Os
melhores alunos da Escola do Exército eram enviados para o Instituto Osvaldo
Cruz, precursor da pós-graduação formal no Brasil, muitos dos quais foram
transformados posteriormente em destacados cientistas.
A primeira turma da escola civil
graduou-se em 1917. Três anos depois, fundava-se a Sociedade Brasileira de
Medicina Veterinária. A primeira mulher diplomada em Medicina
Veterinária no Brasil foi a Dra. Nair Eugenia Lobo, na turma de 1929 pela
Escola Superior de Agricultura e Veterinária, hoje Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro.
O primeiro diploma legal a regulamentar a Medicina
Veterinária veio com o Decreto 23.133 de 9 de setembro de 1933. Essa data foi
escolhida posteriormente como o dia do Médico Veterinário.
Em 1946, a Organização Mundial de
Saúde (OMS), reconhecendo a necessidade de se conciliar, definitivamente, os
inseparáveis preceitos da saúde humana com a saúde dos animais, recomendou que
se criasse uma seção de saúde veterinária, que foi estabelecida no ano de 1949;
assim define a OMS, em 1951, a Saúde Pública Veterinária:
"A
Saúde Pública Veterinária compreende todos os esforços da comunidade que
influenciam e são influenciados pela arte e ciência médico-veterinária,
aplicados à prevenção da doença, proteção da vida e promoção do bem-estar e
eficiência do ser humano" - Organização Mundial da Saúde, 1951. Em 1955,
foram estabelecidas as seguintes atividades para esta área: o controle e
erradicação de zoonoses; a higiene dos alimentos; os trabalhos de laboratório;
os trabalhos em biologia e as atividades experimentais.
Em 23 de outubro de 1968, houve a
aprovação da Lei 5.517, que estabelece a segunda regulamentação e cria o
Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária.
Recentemente
a aplicação da medicina veterinária tem se expandido por causa da
disponibilidade de técnicas avançadas de diagnóstico e de terapia para a
maioria das espécies animais, bem como pelos avanços científicos em outras
áreas, como a genética, a biotecnologia, a fisiologia, que proporcionam
melhoramentos nos sistemas de produção animal.
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