segunda-feira, 4 de abril de 2016

História da Veterinária

          A Medicina Veterinária se deu origem quando o homem primitivo começou a domesticar o primeiro animal. Os mais antigos registros de nossa atividade profissional datam do Século XVIII A.C., com informações gravadas no Papyrus Veterinarius de Kahun, com várias referências sobre a "medicina animal". Mas a Medicina Veterinária moderna teve a sua origem em 1762 quando Claude Bourgelat criou, em Lyon, na França, a primeira Escola de Veterinária, criando também a segunda em Maison Alfort, nos arredores de Paris, em 1765. Essas duas escolas se constituíram em verdadeiros polos irradiadores para as demais nações do mundo. Até o final do Século XVIII, surgiram 20 estabelecimentos de ensino veterinário na Europa. 
          Já no Brasil, a idéia de criação de estabelecimentos dedicados ao estudo da Medicina Veterinária foi despertada quando o Imperador Dom Pedro II visitou a Escola Veterinária de Alfort em 1875, só se concretizando, entretanto sob a égide da República, com o Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910, assinado pelo Presidente Nilo Peçanha. O documento tornava obrigatório o ensino da Medicina Veterinária. No mesmo ano foram criadas a Escola de Veterinária do Exército (aberta em 17/07/1914) e a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (04/07/1913), ambas no Rio de Janeiro. 
          O ensino foi dirigido, inicialmente, de maneira diferente nas duas escolas. A civil foi orientada à produção animal, principalmente dos bovinos. Os animais importados eram atacados pelos carrapatos transmissores da anaplasmose e babesiose, exigindo um exaustivo trabalho de premunição. Mais tarde, houve uma grande orientação para a clínica de pequenos animais e a saúde pública veterinária, com a campanha contra o mormo, doença que atacava os cavalos e os soldados. Os melhores alunos da Escola do Exército eram enviados para o Instituto Osvaldo Cruz, precursor da pós-graduação formal no Brasil, muitos dos quais foram transformados posteriormente em destacados cientistas. 
          A primeira turma da escola civil graduou-se em 1917. Três anos depois, fundava-se a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária. A primeira mulher diplomada em Medicina Veterinária no Brasil foi a Dra. Nair Eugenia Lobo, na turma de 1929 pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária, hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 
          O primeiro diploma legal a regulamentar a Medicina Veterinária veio com o Decreto 23.133 de 9 de setembro de 1933. Essa data foi escolhida posteriormente como o dia do Médico Veterinário. 
          Em 1946, a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhecendo a necessidade de se conciliar, definitivamente, os inseparáveis preceitos da saúde humana com a saúde dos animais, recomendou que se criasse uma seção de saúde veterinária, que foi estabelecida no ano de 1949; assim define a OMS, em 1951, a Saúde Pública Veterinária: 
"A Saúde Pública Veterinária compreende todos os esforços da comunidade que influenciam e são influenciados pela arte e ciência médico-veterinária, aplicados à prevenção da doença, proteção da vida e promoção do bem-estar e eficiência do ser humano" - Organização Mundial da Saúde, 1951. Em 1955, foram estabelecidas as seguintes atividades para esta área: o controle e erradicação de zoonoses; a higiene dos alimentos; os trabalhos de laboratório; os trabalhos em biologia e as atividades experimentais.
          Em 23 de outubro de 1968, houve a aprovação da Lei 5.517, que estabelece segunda regulamentação e cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária. 
          Recentemente a aplicação da medicina veterinária tem se expandido por causa da disponibilidade de técnicas avançadas de diagnóstico e de terapia para a maioria das espécies animais, bem como pelos avanços científicos em outras áreas, como a genética, a biotecnologia, a fisiologia, que proporcionam melhoramentos nos sistemas de produção animal

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